Pedofilia na Igreja Católica
Recentemente relatos de casos de pedofilia vêem afligindo a
Igreja Católica e fazendo dessa uma instituição cada vez menos respeitada. E
conseqüentemente, o atual Papa Bento XVl, que em meio aos caos vivido pela
Igreja Católica se encontra também mais envolvido do que nunca com o escândalo.
Os relatos de casos de pedofilia praticados por membros da
Igreja Católica vêem sendo noticiados diariamente e quase que com exaustão pela
mídia, não só nacional quanto internacional.
Esses fatos que agora são noticia e que vem causando grande
polêmica remontam aos anos 80 - mais precisamente 1985 - quando o até então
Arcebispo da Arquidiocese de Munique, na Baviera, o atual papa Bento XVl, em
uma carta resiste a um pedido de afastamento do padre americano Sphen Kiesle, envolvido
em um escândalo de pedofilia.
Para esclarecer melhor esta questão, do porque o assunto
voltou a luz depois de 24 anos, é oportuno recordar a recente onda de novas
denuncias sobre abusos cometidos por sacerdotes.
A divulgação do caso do padre Lawrence Murphy, que segundo
acusação teria abusado sexualmente de cerca 200 crianças do instituto para
deficientes auditivos nos Estados Unidos, provocou duras criticas e
questionamentos sobre a conduta da Igreja Católica.
Diante dos casos de abusos sexuais envolvendo padres da
Igreja Católica em diversas partes do mundo muitos chegaram até a pedir a
renúncia do papa. Outros ainda, mais radicais, como os dois renomados
intelectuais britânicos Richard Dawkins e Christopher Hitchens expressaram a
intenção de processar o papa Bento XVI.
Nesse caso, o papa Bento XVl receberia voz de prisão no
decorrer da já marcada visita do papa às cidades de Glasgow e Cantuária, em
Setembro próximo.
E se como não bastasse só os casos de pedofilia envolvendo a
Igreja, se adiciona a lista a recente e muito polêmica declaração do cardeal
Tarcisio Bertone, que a poucos dias disse que a causa por trás dos casos de
pedofilia na Igreja seria o homossexualismo.
As
denúncias mais graves de pedofilia na igreja atingiram seu auge em 2009 e 2010.
Segundo elas, dioceses locais e o próprio Vaticano foram cúmplices no
acobertamento de inúmeros casos de pedofilia, hesitando em punir padres
pedófilos e às vezes mudando-os para postos nos quais continuaram a praticar
abusos.
Enquanto
algumas autoridades católicas inicialmente qualificaram as acusações de serem
parte de uma campanha contra a Igreja, o papa aceitou a responsabilidade pelos
episódios, falando em "pecados dentro da Igreja".
Bento
16 encontrou vítimas e emitiu pedidos de desculpas inéditos. Enfatizou que os
bispos notifiquem os casos de abusos e introduziu novas regras para apressar a
apuração de denúncias de pedofilia.
Para
os simpatizantes de Bento 16, ele foi o papa que mais agiu contra os abusos.
Críticos,
porém, dizem que foi necessário um bom tempo para que o alemão compreendesse a
seriedade dos crimes que lhe eram notificados e ele permitiu que os abusos
ficassem sem resposta por anos para evitar arranhar a imagem da Igreja.
Grupos
que representam vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja
Católica afirmam que o papa Bento 16 não fez mais para combater esse tipo de
crime porque não quis.
O
pontífice anunciou a sua renúncia na segunda-feira (11/02/2013) e ficou no
cargo até 28 de fevereiro de 2013.
Nos
oito anos em que esteve à frente da Igreja Católica, vieram à tona diversas
acusações de abusos que, durante décadas,
foram acobertados pela Igreja. Os escândalos atingiram países como Irlanda,
Alemanha, Estados Unidos e Bélgica.
"Poder
ele tinha. É um dos homens mais poderosos do mundo e certamente o mais rico.
Mas ele não fez muito além de se desculpar e fazer promessas vazias",
afirmou Barbara Dorris, uma das diretoras do grupo norte-americano Snap
(Survivors Network of those Abused by Priests - do inglês, "rede de
sobreviventes dos abusados por padres").
"Ele
poderia ter afastado clérigos americanos que comprovadamente eram abusadores,
mas não fez. Por que não?", questiona.
O
perfil conservador de Bento 16 foi o principal entrave para se avançar no
combate aos abusos, segundo a inglesa Anne Lawrence, que coordena a entidade
britânica Macsas (Ministry and Clergy Sexual Abuse Survivors) - na tradução
livre "sobreviventes de abuso sexual pelo clero".
"Não
há ninguém mais à direita do que ele. Por anos, antes de se tornar papa, ele
teve acesso a documentos com relatos de abuso e nada fez. Quando virou papa,
não houve nada de concreto. É lamentável", critica.
Para
Anne Lawrence, a renúncia do papa não causa apenas surpresa ao mundo, mas revela
uma profunda divisão na Igreja Católica.
O abuso sexual de menores por membros da Igreja Católica
refere-se aos atos de abuso sexual de crianças por clérigos (cerca de 2% a 4%
dos clérigos nos EUA foram acusados) da Igreja Católica. Foram feitas denúncias
de abuso sexual de menores em muitas partes do mundo, com os casos mais
notórios a chegarem às primeiras páginas no Brasil, Portugal, Alemanha,
Austrália, Espanha, Bélgica, França, Reino Unido, Irlanda, Canadá e Estados
Unidos da América.
Os escândalos sucessivos levaram, em março de 2010, o
próprio Papa Bento XVI a proferir respostas como a de que Deus guiará "no
caminho da coragem que precisamos para não nos deixarmos intimidar pelas
fofoquinhas da opinião dominante e nos dar coragem e paciência para apoiar os
outros".
Enquanto em Londres católicos se juntavam na frente da Abadia
de Westminster pedindo a sua saída, e para que "não feche os olhos".
Na Suíça, na mesma época, a presidente Doris Leuthard
defendeu a criação de um "cadastro de padres pedófilos", como medida
cautelar e, nos EUA, o jornal The New York Times acusava o Papa de ter
diretamente se omitido nos casos de pedofilia ocorridos naquele país e na Alemanha,
na década de 1980.
Após investigações levadas a cabo nos Estados Unidos da América e no Reino Unido,
ficou provado que alguns bispos transferiram diversas vezes os padres suspeitos
de abuso em detrimento de medidas mais drásticas.
As dioceses defendem-se indicando que tais transferências
deveram-se apenas à procura de tratamento adequado aos casos em questão.
Outro fato importante é que em 1962 o papa João XXIII enviou
uma carta a todos os bispos católicos em que indicava expressamente que as
investigações de atos de abusos sobre menores dentro da Igreja deveriam ser
mantidas em segredo.
As vítimas, no entanto, não estavam abrangidas por essa
ordem. É de se ressaltar que nem essa carta nem o código de direito canônico
sugeriam aos bispos que deixassem de informar os casos às autoridades.
Face às crescentes denúncias e ao escândalo descoberto, o cardeal
português José Saraiva Martins afirmou que "não devemos estar muito
escandalizados se alguns bispos sabiam dos casos, mas mantiveram segredo”.
Verdadeiramente estamos vivendo
nos últimos dias dessa civilização decadente e repulsiva. A Bíblia está
corretíssima ao afirmar que:
“Sabe, porém, isto, que nos últimos dias
sobrevirão tempos penosos; pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos,
presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios,
sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos
do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te
também desses” (II Timóteo 2:1-5).
Infelizmente,
esses inimigos do bem estão dentro da própria igreja, não somente da Católica, mas
de toda a cristandade...