O MEDO QUE TODO CRISTÃO DEVERIA TER...
Um
ano antes de seu falecimento, em março de 2010, o então vice-presidente
da República, José Alencar concedeu uma entrevista.
Há mais de 12 anos
lutando contra um câncer e depois de se submeter a mais de uma dezena de
cirurgias a pergunta era inevitável:
- O senhor tem medo da morte?, perguntou o jornalista.
- Não.
- Não? insistiu o entrevistador.
- Não, eu tenho medo da desonra.
Este
deve ser o medo de todos os cristãos. Está na contramão da "ideologia"
hodierna, época sem sonhos altruístas, mas de pragmatismo egoísta.
Hoje
em dia não ouvimos tanto a pergunta: "o que é certo fazer?", mas sim "o
que ganho com isto?".
São
raros homens com a atitude como a do filósofo Sócrates. Condenado à
morte por ter ensinado o que achava correto, disse que ninguém deve
pesar as possibilidades de vida e morte, mas "considerar apenas este
aspecto de seus atos: se o que faz é justo ou injusto, de homem de brio
do de covarde."
No
filme "As bruxas de Salém", que retrata um episódio verídico ocorrido
em um lugar governado pelos puritanos que estavam na América, há uma
cena marcante:
O personagem interpretado por Daniel Day-Lewis, um pacato
cristão, é acusado injustamente de praticar bruxaria.
Os homens
encarregados do processo, cientes de sua inocência, mas pressionados a
dar uma resposta à sociedade lhe fazem uma proposta:
Ele ficaria livre
da forca se assinasse um termo de arrependimento. Deste modo, ele
confessaria um ato que não fez em troca de sua vida.
Mas o homem rasga o
documento diante das autoridades. Prefere morrer a ter seu nome marcado
pelo resto de sua vida como alguém envolvido em uma prática satânica.
Ou seja, prefere a morte à desonra.
Quantos
cristãos estão vivendo de acordo com a sua consciência, sem fazer
acordos espúrios para se livrar de alguma dificuldade?
Quantos podem
dizer como o apóstolo Paulo, que diante do governador Félix disse:
"também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos
homens"? (Atos 24:16).
Vivemos
em uma época em que o medo de tantas coisas ronda nossas mentes. Há os
medos antigos: morte, violência, futuro.
E há os novos: escassez de
água, aquecimento global, radioatividade. Sem falar em doenças atuais
que fazem o homem ter pânico de coisas inofensivas.
Mas, o medo da
desonra está em extinção.
Por isso, a frase de José Alencar ganhou a
mídia, pois parece anacrônico para uma época que parece querer enterrar a
virtude.
Devemos, pois, lembrar das palavras do Senhor: "Não temais os
que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que
pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo" (Mt. 10:28).
Fonte: George Gonsalves - Blog Graça e Saber.
Gil Corrêa
Diretor e Pesquisador
O Portal do Saber