sexta-feira, 15 de agosto de 2014

As Sete Regras do Abuso Espiritual


AS SETE REGRAS DO ABUSO ESPIRITUAL



Não é novidade que as igrejas evangélicas estão se fragmentando a uma velocidade incrível. São tantas as denominações, e com tantos títulos absurdos, que o povo ateu e incrédulo já fazem piadas e mais piadas contra o povo evangélico...

Discípulos e membros, sem nenhuma experiência espiritual ou conhecimentos bíblicos profundos, se rebelam contra a liderança de suas igrejas de origem e criam suas próprias denominações...

Geralmente, sem credencial alguma, se autodenominam "pastores"; "Bispos"; "Apóstolos"; etc... e formam um novo grupo "cristão", muitas das vezes, sem nenhum fundamento bíblico ou doutrina bíblica sustentável...

São as famosas "seitas" evangélicas que estão surgindo, aos montes, por todo o território brasileiro... E esse fenômeno tem criado grupos de cristãos fracos e capengas na fé; sem nenhuma estrutura bíblica que sustente seu crescimento espiritual.

Geralmente, apoiam-se cegamente em seus "lideres" como se fossem seus "gurus" espirituais, onde a submissão ao homem é maior do que a reverência e obediência a Deus.

Por este motivo, resolvi transcrever abaixo, alguns abusos cometidos por esses "lideres" contra o rebanho que deveria pertencer a Deus:

1) Distorção da Escritura: 

Para defender os abusos usam de doutrinas do tipo "cobertura espiritual", distorcem o sentido bíblico da autoridade e submissão, etc. Encontram justificativas para qualquer coisa. 

Estes grupos geralmente são fundamentalistas e superficiais em seu conhecimento bíblico. O que o líder ensina é aceito sem muito questionamento e nem é verificado nas Escrituras se as coisas são mesmo assim, ao contrário do bom exemplo dos bereianos que examinavam tudo o que Paulo lhes dizia (ver Atos 17:10-11).

2) Liderança autocrática: 

Discordar do líder é discordar de Deus. É pregado que devemos obedecer ao discipulador, mesmo que este esteja errado. Um dos "homens de Deus" de uma igreja diz que se jogaria na frente de um trem caso o "Líder" ordenasse,  pois Deus faria um milagre para salvá-lo ou a hora dele tinha chegado. 

A hierarquia é em forma de pirâmide (às vezes citam o salmo 133 como base), e geralmente bastante rígida. Em muitos casos não é permitido chamar alguém com cargo importante pelo nome, (seria uma desonra) mas sim pelo cargo que ocupa, como por exemplo "pastor Fulano", "bispo X", "apostolo Y", etc. 

Alguns afirmam crer em "teocracia" e se inspiram nos líderes do Antigo Testamento. Dizem que democracia é do demônio, até no nome.

3) Isolacionismo Denominacional: 

O grupo possui um sentimento de superioridade. Acredita que possui a melhor revelação de Deus, a melhor visão, a melhor estratégia. 

Eu percebi que a relação com outros ministérios se da com o objetivo de divulgar a marca (nome da denominação), para levar avivamento para os outros ou para arranjar publico para eventos. 

O relacionamento com outros ministérios é desencorajado quando não proibido. Em alguns grupos no louvor são tocadas apenas músicas do próprio ministério.

4) Elitismo Espiritual: 

É passada a ideia de que quanto maior o nível que uma pessoa se encontra na hierarquia da denominação, mais esta pessoa é espiritual, tem maior intimidade com Deus, conhece mais a Bíblia, e até que possui mais poder espiritual (unção). 

Isso leva à busca por cargos. Quem esta em maior nível pode mandar nos que estão abaixo. Em algumas igrejas o número de discípulos ou de células é indicativo de espiritualidade. 

Em algumas igrejas existem camisetas para diferenciar aqueles que são discípulos do pastor. Quanto maior o serviço demonstrado à denominação, ou quanto maior a bajulação, mais rápida é a subida na hierarquia.

5) Controle da Vida Pessoal: 

Quando os líderes, especialmente em grupos com discipulado, se metem em áreas particulares da vida das pessoas. Controlam com quem podem namorar, se podem ou não ir para a praia, se devem ou não se mudar, roupas que podem vestir, etc. 

É controlada inclusive a presença nos cultos. Faltar em algum evento por motivos profissionais ou familiares é um pecado grave. 

Um pastor, discípulo direto do líder de uma denominação, chegou a oferecer atestados médicos falsos para que as pessoas pudessem participar de um evento, e meu amigo perdeu o emprego por discordar dessa imoralidade.

6) Rejeição de Discordâncias: 

Não existe espaço para o debate teológico. A interpretação seguida é a dos lideres. É praticamente a doutrina da infalibilidade papal. Qualquer critica é sinônimo de rebeldia, insubmissão, etc. 

Este é considerado um dos pecados mais graves. Outros pecados morais não recebem tal tratamento. 

Eu mesmo precisei ouvir xingamentos por mais de duas horas por discordar de posicionamentos políticos da denominação na qual congregava. Quem pensa diferente é convidado a se retirar. 

As denominações publicam as posições oficiais, que são consideradas, obviamente, as mais fiéis ao original. Os dogmas são sagrados (muito semelhantes a ICAR... Os dogmas criados por seus "líderes" tem mais valor que as Sagradas Escrituras).

7) Saída Traumática: 

Quem se desliga de um grupo destes geralmente sofre com acusações de rebeldia, de falta de visão, egoísmo, preguiça, comodismo, etc. 

Os que permanecem no grupo são instruídos a evitar influências dos rebeldes, que são desmoralizados. Os desligamentos são tratados como uma limpeza que Deus fez, para provar quem é fiel ao sistema. 

Não compreendem como alguém pode decidir se desligar de algo que consideram ser visão de Deus. Assim, se desligar de um grupo destes é equivalente a se rebelar contra o chamado de Deus. 

Muitas vezes relacionamentos são cortados e até famílias são prejudicadas apenas pelo fato de alguém não querer mais fazer parte do mesmo grupo ditatorial.

Nestas "igrejas" quem saí é taxado de retirante, caído, bode, não entendeu obra, filho de Belial, etc. Lançam maldições sobre os servos que abrem os olhos acerca dessa arapuca chamada "igrejas controladoras e abusadoras".

Aos ficantes é orientado a não falar com os que saem, mesmo sendo um familiar.

Enfim, são absurdos e mais absurdos cometidos contra as pessoas que discordam de algum processo criado dentro de seita, e cegamente seguidos por seus discípulos.

As pessoas são vistas como marionetes de "líderes" inescrupulosos, que se utilizam de toda a sua "autoridade espiritual" contra qualquer tipo de oposição.

A Bíblia é bem clara neste aspecto: "Mais importa obedecer a Deus do que aos homens" (Atos 5:29).

Seja submisso, em tudo, a Deus... Jamais ao homem!

Se você participa de um grupo parecido a este, ore a Deus, com sinceridade e peça direção ao Espírito Santo, e siga a orientação da verdadeira Palavra de Deus:

"E ouvi outra voz do céu, que dizia: Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas" (Apocalipse 18:4).

Seja sábio e busque a sabedoria que vem do alto: " Mas a sabedoria que do alto vem é, primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia" (Tiago 3:17).

Não seja oprimidos por esses falso líderes e falsos profetas... Siga a Palavra de Deus... "Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade" (2 Coríntios 3:17).

Fuja de todo e qualquer tipo de controle ou opressão e seja livre!
Livre para seguir a Cristo e fazer toda a vontade de Nosso Pai Amado! Pois Deus é Amor!

Pastor Gil Corrêa.
Diretor, Escritor e Pesquisador
Ministério Adonai
O Portal do Saber.
08/2014.