A droga que mais preocupa as autoridades
americanas começa a aparecer em festas ‘raves’ no Brasil. Nos Estados Unidos, a
meth é tratada como uma epidemia sem precedentes. As pedras, que lembram cristais,
podem levar a morte.
Uma pedra cristalina, aparentemente
inofensiva, tornou-se o pesadelo da sociedade americana. A droga conhecida como
‘crystal meth’ ou ‘ice’ – entre outros nomes, uma vez que os usuários são muito
criativos – tem o nome técnico de metanfetamina, é destrutiva e pode ser usada
das mais variadas formas: ingerida em cápsula, derretida para ser injetada,
cheirada como a cocaína ou fumada como o crack.
Com o tempo, a sensação de euforia e o
aumento do desejo sexual, produzido pelas altas doses de dopamina liberadas no
cérebro, dão lugar a pânico, alucinações, agressividade, convulsões, falta de
apetite, risco de derrame, colapso cardiovascular, corrosão de dentes e
gengivas.
A droga não custa levar o usuário a
morte – e está sendo considerada uma epidemia sem precedentes. Esse quadro
assustador dá seus primeiros passos também no Brasil. Desde o começo do ano de
2005, o Departamento de Investigações sobre Narcóticos vem fazendo apreensões
da droga em festas ‘raves’ e faculdades de São Paulo.
No dia 20 de agosto de 2005, a Operação
Dancing, de combate ao tráfico de drogas sintéticas, prendeu 20 jovens numa
festa ‘raves’ em Indaiatuba, no interior do Estado de São Paulo, com ‘ecstasy’,
LSD, maconha e a preocupante novidade, o ‘crystal meth’.
Ainda não há pistas de como o tóxico
entra no país porque a polícia não conseguiu chegar aos traficantes. Assim como
o ‘ecstasy’, por aqui o ‘crystal meth’ custa caro e está restrita à classe
média alta. Nos Estados Unidos, antes de entrar na moda, foi durante muito
tempo a droga típica do meio rural, produzida em laboratórios de fundo de
quintal a partir de ingredientes tirados de remédios comuns.
O Grupo de Estudos de Álcool e Drogas do
Hospital das Clínicas de São Paulo também registra a presença da ‘crystal
meth’. O diretor da Instituição, o psiquiatra Arthur Guerra de Andrade, já
identificou o uso do entorpecente entre jovens pacientes.
– “Quem experimentou utiliza outros
tipos de drogas. A descrição é de um ecstasy turbinado”, diz. O médico considera
preocupante o surgimento da moda. – “Por ser sintética e misturada com
substâncias cuja reação no corpo é desconhecida, pode se tornar um sério
problema de saúde pública”, destaca.
A pseudoefedrina – usada para produzir
metanfetamina, um derivado sintético mais potente da anfetamina – é o
estimulante que dá base a droga. É relativamente fácil de produzir, mas
perigoso. São comuns explosões nos laboratórios clandestinos que proliferaram
no interior dos EUA.
Mais de 12 milhões de americanos já experimentaram
metanfetaminas e 1,5 milhão são usuários regulares, de acordo com estimativas
governamentais. Ao que parece, nenhum dos Estados escapou da ‘crystal meth’. O
estado de Missouri está no topo da lista, com mais de 8 mil laboratórios
clandestinos.
Pesquisa da National Association of
Counties feita com autoridades de 45 dos 50 estados americanos mostrou que,
para 58% deles, a ‘crystal meth’ é, atualmente, a droga mais preocupante.
Depois vêm a cocaína, com 19%, a maconha, com 17%, e a heroína, com 3%.
A metanfetamina não é uma droga nova.
Como a maconha e a heroína, porém, tornou-se mais poderosa graça à tecnologia.
Foi proibida nos anos 70, mas continuou a ser fabricada clandestinamente no interior
dos EUA. Na década passada, o tráfico organizado mexicano começou a produzir o
‘crystal meth’. Hoje, metade da droga consumida é feita no México.
Os nomes dados a droga: ‘crystal meth’,
‘ice’, ‘glass’, ‘speed’, etc...
Os problemas causados: 58% dos Estados
americanos têm a droga como a mais grave questão de saúde pública.
No Brasil: é destrutiva e pode ser usada
das mais variadas formas: ingerida em cápsula, derretida para ser injetada,
cheirada como a cocaína ou fumada como o crack. Aqui no Brasil a forma mais
utilizada é em cápsulas.